terça-feira, 28 de outubro de 2008

País da vergonha

Não me conformo com essas pessoas que não sabem mais com o que se preocupar e soltam asneiras como “não deviam dar essa importância toda para o caso dessa Isabella” ou “não agüento mais ouvir falar em Eloá”. Se você não quer ouvir, tampe os ouvidos. Não ligue a televisão. Não compre jornais. Não escute rádio. Esses são os principais veículos de comunicação e estão apenas desempenhando sua principal função: passar informação adiante. O que você espera ver em um jornal? Como foi a primeira vez da Sandy? Se for, troque de canal. Eles estão fazendo apenas a parte deles. E você só compra e assiste porque quer. Se a imprensa não ficasse ‘em cima’ com certeza estaria sendo acusada de “abafar” o caso.

Eu, no meu papel de brasileiro, quero estar por dentro do que acontece dentro do meu país e ver como a nossa Justiça está desempenhando seu papel. Quero saber aonde vivo e com que tipo de pessoas eu convivo. Quero ver criminalistas estudando, juizes julgando e a imprensa informando o que está acontecendo.

Dizer que diversas crianças morrem jogadas pela janela no país não é desculpa. Cada caso é um caso e merece ser estudado e analisado. Isso não dá motivo pra jogar tudo pro ar e fechar os olhos da população, como se nada estivesse acontecendo. O caso Isabella tomou uma proporção muito maior do que esperado. Claro, ela era uma criança, o ser humano tem compaixão com o próximo e mesmo quem não é mãe, avó, sente a dor da família ao perder um ente querido. E nessa história, ficou mais revoltante ainda o sentimento humano porque quem causou tudo isso foi alguém da família. Foi o próprio pai! Este caso já faz parte da vida dos brasileiros e, do jeito que a população se envolveu, o povo se sente na obrigação de estar por dentro do que acontece. A imprensa, vendo a comoção nacional, passou a enfatizar outros casos semelhantes que aconteciam diariamente, mas isso não muda a tamanha brutalidade deste ato e nem desvaloriza o trabalho da perícia.

Obviamente, isso é um prato cheio para a mídia faturar e fazer sensacionalismo, mas você assiste o que quer! Você escolhe. E essa repercussão toda é momentânea: moramos no país da vergonha, onde uma tragédia abafa a outra e assim por diante.