Não sei se vocês perceberam, mas eu troquei o título do Blog. O antigo, "Duro feito Rocha", recebia diversas alusões sexuais que me incomodavam um pouco, porque nunca foi a intenção. Mas o que eu posso fazer quando se trata da pervertida mente humana?
Por que "Dopamina" ? A explicação da palavra tá ali ao lado, com detalhes. É o nome do principal neurotransmissor ligado a sensação de prazer e bem-estar. Não que este blog lhe ofereça isso, mas eu preciso muito desta sensação. Você também precisa dela. Agora só espero não receber comparativos com drogas.
Dei uma repaginada no Blog, tirei algumas aranhas e coloquei algumas fotos ao lado com frases ligadas à imagem. Não terminei ainda. Mudei também aquele verde de plano de fundo, já estava me cegando. Sem contar que atrapalhava para eu entrar na internet no meu trabalho: quando eu acessava, imediatamente aquela luz refletia em meu rosto e eu ficava parecendo um marciano. Alô alô. Mas isso é problema meu e sei que não interessa vocês, a não ser que fosse tragédia, porque aí sim tenho certeza que adorariam ler. Desculpem, ando meio mal amado. UAHUHA
Mas para isso eu tenho meus amigos. Hoje quero falar de um em especial, a Jéssica. Uma menina com o polegar opositor e telencefalo altamente desenvolvido. Um buddy pocket da vida real. Jéssica é uma empresária de sucesso. Na verdade, o pai dela é dono de um restaurante em Itajaí, e todos sabem que onde estão nossos pais nós estamos também (nem sempre, se é que entendem meu caso, of course).
Mas lá no Lelo's Restaurante eles atendem todo quanto é tipo de pessoa: desde atrizes como Rosamaria Murtinho à Siuvester, ou seja, a Jéssica tem contato com os mais diversos tipos de pessoas. 
Tendo contato com diferentes pessoas, tem contato com diferentes estilos musicais, aumentando sua bagagem cultural. Além de pessoa, a Jéssica também é cantora. Tem uma banda, que não me agrada muito no estilo, mas na outra mão (boca) tem uma voz assustadora. Assustadora de tão linda que é! Assim que eu tiver acesso a algum áudio dela vou postar aqui, garanto a qualquer um, que começarão a ouvir e não vão querer parar nunca mais. É simplesmente a voz mais linda que eu ouço pessoalmente. E foi a Jéssica que me apresentou a música "Libera o Tonho".
nada de foto com Calcanhotto, Gal, Elza e nem Glória hoje. Este na imagem é o Jaime, apelidado de "Cagão" aqui no bairro por, segundo os antigos, cometer tal ato no quintal das casas alheias quando jovem
Muitas pessoas utilizam letras de música e/ou poesias, que traduzem integralmente os sentimentos que queremos expressar. Muitos podem não ter gostado deste meu acréscimo de frases no Blog, mas eu já alerto que não tem nada a ver, qualquer um pode usar uma citação. O problema é que também percebi uma coisa muito elitizada. Está faltando um apelo mais popular! Algo que a grande massa pudesse compreender melhor. E foi pensando nisso, que lembrei do forró do Tonho que a Jéssica me ensinou.
Quando analisamos friamente a letra, percebemos que, diferentemente do que muitos pensam, não se trata de um forró-trocadilho com conotações sexuais, e sim de um autêntico desabafo de um popular, relatando uma situação com a qual já estamos bastante acostumados. Com o intuito de nos sensibilizar, ele compôs esta poesia pop com letras e rimas pobres, a fim de provocar uma maior penetração na grande população. Vamos à letra:
É um absurdo! Esta é a triste situação pela qual passam os milhões de cidadãos das cidades grandes no Brasil. Nós, nossos amigos e parentes saímos para trabalhar ou nos divertir e não sabemos se voltamos pra casa ou não. Lastimável. Cadê as otoridade?! Cadê o Steven Seagal quando a gente precisa dele?! Temos até um exemplo recente desta triste situação. O povo brasileiro pode acompanhar na televisão o drama ocorrido no ABC paulista, onde seqüestraram a menina Eloá e sua amiga de Nayara.
Veja bem: para poder libertar o seu tão querido amigo, o pobre diabo, que deve ter, no máximo, 6 pares de dentes na boca e formação escolar no Laureano Pacheco, se propõe a pagar o resgate aos maléficos seqüestradores. Ele mostra que dinheiro não vale mais que uma amizade (seria capaz de colocar isso no nick do MSN). Demonstrando total desprendimento aos seus pertences, ele se habilita a vender seu Pager Motorola novinho, seu chapéu de palha e o Pão de Açúcar. Este último, comprado na Rodoviária, assim que chegou ao Rio de Janeiro, de um gentil rapaz chamado Jackson Michael. Neste mesmo verso notamos que ele deixa de lado todo e qualquer preconceito, soltando seu verdadeiro sentimento de amor e posse, quando diz "meu Tonho querido". Nesta mesma situação, no caso recente da vida real, Nayara, a amiga de Eloá foi o próprio resgate, oferecendo seu próprio retorno ao cativeiro com autorização da policia, eis que surge o novo problema.
É fato inegável que a polícia nunca esteve tão desacreditada quanto hoje. A população prefere fazer justiça com as próprias mãos a chamá-la. Também pudera: todos os dias, há uma avalanche de notícias sobre policiais corruptos, soldados do exército desertores e políticos ladrões. O ser humano está com medo do próprio serviço de segurança que lhe é oferecido. Já não sabemos mais em quem acreditar. Até o Jack Bauer foi preso porque estava dirigindo bêbado. Vai que o pobre retirante chama a polícia e os mesmos estão envolvidos? Quem garante? Vemos exemplos como este no próprio Open Bar, onde a galera de preto se recusa a chamar um policiamento para a área.
Hoje em dia o ser humano também usa a comida como revolta. Como exemplo disso tenho diversos amigos vegetarianos que deixam de comer para defender a causa animal. E quem lembra do Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro, que fez greve de fome? E a Olga, de "Chocolate com Pimenta", que só voltou a comer depois que o Danilo voltou pra ela? E até mesmo a Jéssica já teve um namorado que não sossegou enquanto ela viajava. Eis que nosso herói resolve seguir estes passos para protestar contra o possível fim prematuro da vida de seu amigo querido por parte dos marginais. Sim, meus queridos... Nesse momento, o cantor desta melodia demonstra a fraqueza, que já toma conta de sua alma, ante sua impotência em lidar com um assunto, o qual, nem mesmo nossas autoridades são capazes de resolver. Eu, como gordo, sinto como é duro estar nessa situação. Afinal, nosso amigo aí não apresenta nenhum programa famoso de TV e nem usa relógios caros... ele precisa chamar atenção de alguma forma. Nem que seja falar que quer conhecer o jogador Alexandre Pato. E mesmo se continuasse comendo normal, com certeza a vida não teria mais o mesmo sabor. Poderia ser o melhor calzone do mundo que ele não comercia gostoso.
Libera o Tonho que eu te dou dez conto
Triste, não é amigos? Vocês estão vendo como ele apela, como ele grita e repete? Pois é. É essa realidade. Ele está implorando. Poucas palavras resumem a revolta de uma vida. Como último recurso, o triste rapaz tenta, desesperadamente, oferecer tudo o que tem: dez conto (moeda corrente na época do Império, pra você ver como ele estava desatualizado...). Para repassar o sofrimento do magnífico Tonho, seu amigo nos deixa este solene poema, devidamente musicalizado e compartilhado com vocês, para que possamos ter, imortalizadas em nossas mentes e nas de nossos descendentes, todo o sofrimento pelo qual passou durante o seqüestro de seu companheiro.
Não tenho pudor nenhum em admitir que me derramo em lágrimas toda vez que meus vizinhos põem esta canção para tocar. Ela é uma música alegre por fora e triste por dentro. Agora, não ouço mais rock e nem MPB, apenas forró. Infelizmente, não tenho como dizer a vocês se o seqüestro acabou bem ou mal, porque o sofrimento de nosso amigo foi tanto que mal lembrou de nos contar o desfecho.
Clap, clap clap.
Letra genial e de uma poesia ímpar. Lirismo puro.
Uma excelente lição para começar bem a semana!
Muita luz a todos vocês!
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