MEUS OITO ANOS
Casimiro de Abreu
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais...
Dificilmente encontramos alguém que diz que foi uma criança normal. Se ela diz que foi, provavelmente diz isso porque já se acostumou com aquela loucura ou porque tem trauma
Meus primeiros problemas na infância começaram com assuntos relacionados à comida. Sempre fui taxado de enjoadinho por ter certas restrições na sagrada hora do lanche. Deus-me-livre se tivesse qualquer folha de cor verde na minha comida, eu fazia um escândalo mesmo. Não comia, não comia e não comia! E se insistissem, eu ficava bravo e bravo e muito bravo. Hoje eu reconheço que isso era tudo muito psicológico. Minha avó que o diga. Tem uma história que ela não cansa de contar, talvez por ser a única que ela lembre (que pecado), de certa vez que fomos comprar roupas
Por ser amiga da cebolinha-verde, eu já não comia salsinha também. A salsinha vinha juntinha no mesmo pacotinho de “cheiro-verde”, e como não eu nunca quis nem papo com a cebolinha, sempre a generalizei. E o alho foi para minha lista negra (verde) de brinde.
A rainha de todos esses males não é nem a cebolinha e nem a salsinha, mas sim a cebola. Não sei por que a cebola existe. Deus deve ter feito essa maldita quando teve um bloqueio criativo. O mundo seria mais bonito sem ELA. Só de imaginar aquele "cleck" já me dá vontade de vomitar. É o "cleck", o pior jeito para você identificar que tem cebola naquela comida, porque você já mordeu. É um vegetal feio por natureza, com cascas que se soltam, se quebram, deixam mal-hálito e além de tudo, faz as pessoas chorarem! Abaixo a cebola! Exterminem-nas!
E uma observação para quem é meu amigo: nunca, de maneira alguma, minta dizendo que não tem cebola em um prato que tiver! Jamais ouse fazer isso. E não desculparei nem se falar depois "ah, mas tá picadinha". É só um alerta. Não que eu esteja colocando pressão, claro...
Trocando de assunto, da cebola pro vinho, li essa manchete e fiquei com pena da Pata. Sem maiores explicações:
Não é a toa que ela vive em um pesadelo. Prontofalei.