sábado, 15 de novembro de 2008

Com as caçarolas e as colheronas

Numa vibe de formatura, final de ano e a idéia de nunca mais ver alguns amigos, me veio a cabeça diversos 'flashs' do passado, e entre eles, não passou batido a novelinha 'Chiquititas', que fez história na vida de todos que estão nessa mesma faixa etária que eu. Não sei porque se referem à ela como “novelinha”, sendo que teve, aproximadamente 700 capítulos.





Vejam que letra triste...

"Não me diga mentirinhas,
dói demais
eu já sei que estou sozinha,
sem meus pais,
eles foram pra bem longe,
esqueceram que nasci..."

Tenho certeza que este verso afetou diversos corações com buraquinhos do país, mesmo que seja inconsciente. Poxa, eu era uma criança feliz, mas via as pobres órfãs do "Raio de Luz" e ficava desesperado! Ainda mais quando elas cantavam "esqueceram que eu nasci"! Todas as outras crianças, também sem pais, se não pensavam que o motivo do abandono era "esquecimento", passaram a pensar.

Estou até vendo daqui alguns anos a manchete dos jornais:

Estudos comprovaram que no período de 1997 à 2001 uma geração de crianças foi afetada com a carga dramática da novela "Chiquititas". Cientistas sentiram-se instigados ao notar uma série de sintomas apresentados pelas crianças que assistiam a trama, tais como depressão e um significativo aumento no índice de suicídios por parte dos jovens.


Nos anos 2006/2007 o resultado foi maior. Um grupo mais atingido passou a ter um comportamento nada convencional comparado a moral os bons costumes vigentes no século XXI. Em grande massa, os jovens passaram a se vestir de preto, chorar em cantos, ouvir músicas suicidas, cortar os pulsos e ter a síndrome do "ninguém me ama-esqueceram-que-eu-nasci". Esses jovens passaram a ser chamados de EMOS e demoraram alguns anos para expressar este comportamento que estava reprimido.


Para disfarçar a falta de amor, passaram a dizer "Eu te amo" e "te amo miguxo" para todo mundo e não pensavam duas vezes antes de se relacionar com uma pessoa, sendo ou não do mesmo sexo, assim banalizando o amor e mostrando que também foram afetados sexualmente. Passavam até lápis nos olhos.


O resultado dessa pesquisa culminou com a punição da diretora Carmem, do Orfanato Raio de Luz, e da "amiga" das crianças, Carolina. O Tribunal de Justiça Superior, com apoio do juiz Francisco, que interpretou o Chefe Chico nesta destruidora de infância chamada de novela, declarou prisão perpetua por terem modificado o comportamento humano. Só os mutantes têm direito a sem data venia.


Amigas para nunca.