quinta-feira, 14 de maio de 2009

Treme Treme

tamanduá ao lado do mercadão... correndo até chegar no Tietê...


Sempre quando chego em um lugar que não costumo freqüentar, me sinto meio desolado. Acredito que é assim com todo mundo. Até me habituar ao ambiente demoro um pouco pra me sentir bem a vontade... então nos primeiros momentos não tenho aquela paixão a primeira vista e fico com um certo receio ao local. São Paulo sempre foi assim comigo, nenhuma vez que eu fui eu me senti a vontade... a nesta última viagem foi o contrário... talvez por eu estar “sozinho” andando pelas ruas, sem conhecer quase nada e conseguindo encontrar quase tudo que procurava.

Para quem mora em uma cidade com um padrão de vida elevado como Balneário Camboriú, claro que São Paulo fica desejar: buzinas, transito, pichações, cheiro de xixi em todos os cantos, gente pedindo dinheiro sem parar, crianças nos semáforos... um tristeza sem fim. Um conselho que eu dou a quem for a São Paulo pela primeira vez: não saia nas ruas em jejum. Eu passei mal só de passar por um canteiro com pessoas dormindo ao lado de fezes humana... triste, muito triste. Eu mesmo fico com o coração na mão. De vez em quando até guardo ele no bolso pra não roubarem. Ai que pecado.... Mas então, quem vê um lugar assim cria uma péssima impressão... o que muda quando você passa a se relacionar com os paulistas...

Nunca imaginei que eles eram tão receptivos! Fui bem tratado por todos, sem exeção, desde a balconista da farmácia até ao policial que cuida da Estação da Luz. Esse policial que estava de plantão na Estação da Luz foi o melhor guia de viagem que eu tive... Me ensinou, em poucos minutos, onde ficava a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, a Estação Pinacoteca e mais um monte de lugares que eu queria conhecer... incrível como existem pessoas assim de bem com a vida e dispostas a conversar e passar conhecimento adiante. Ele até me entregou um cartãozinho para procura-lo uma próxima vez que eu for lá... e quem vê de longe, não imagina que um PF seria tão atencioso.

E aí vem aquela máxima, que diz... que dentro de uma horrosa ostra, se esconde uma bela pérola. E as aparências enganam mesmo. São Paulo eu vejo assim: por fora é uma cidade muito suja, mas por dentro tem coração do povo paulista, que eu me apaixonei. Se alguma vez eu falei que entre Rio e São Paulo eu prefiro morar no Rio... agora acabo pensando duas vezes!



Uma frase muito interessante que ouvi foi do taxista, enquanto nos levava para Chácara Santo Antônio:






"Ninguém conhece São Paulo. O homem que disser isso está mentindo"

*

* foto de Agostinho Carrara meramente ilustrativa para representar um taxista. Não, ele não me levou até a pastelaria do Beiçola. E eu é que nao ia pedir pro taxista original: "moço, olha aqui, dá um sorriso e diz xis.